O trânsito no início da noite na cidade de São Paulo irrita os paulistanos diariamente. Também incomoda Hector Sanchez, produtor do game de luta “Mortal Kombat”, que ficou uma hora parado na Av. Ibirapuera na quarta-feira (27), quando ia para um evento de lançamento do jogo.
“Como as pessoas conseguem passar por isso todos os dias?”, perguntou o norte-americano que mora na cidade de Chicago.
O G1 pegou carona e ficou parado no trânsito com Sanchez, que falou, além do desejo de poder desenvolver um game aqui no Brasil e de novidades que serão lançadas para o game nos próximos meses, sobre algo que ele também não gosta: o vazamento de “Mortal Kombat” por um jovem na cidade de Manaus, no Amazonas, dias antes do lançamento mundial.
“Imagens valem mais do que palavras e a foto que ele publicou na internet, segurando o disco do jogo e fazendo um gesto obsceno não sai da minha cabeça”, afirma. “Eu soube do que aconteceu às 5h da manhã, então, tive emoções diferentes sobre o ocorrido”.
Sanchez conta que, em vez de ficar chateado com o vazamento do jogo, ficou preocupado com a repercussão negativa que o caso teria sobre o Brasil e o mercado brasileiro de games. “Não quero que as pessoas que não conhecem o país e a indústria de games local tivessem a ideia errada sobre o que aconteceu. A maioria de quem está lá fora não sabe o que acontece por aqui”, lamenta. “Fiquei desapontado com o que aconteceu e não com o Brasil. Isso poderia acontecer em qualquer lugar do mundo”.
Quando perguntado sobre o que ele gostaria que acontecesse com o jovem que publicou imagens e vídeos de “Mortal Kombat” antes a hora na internet, o produtor do game responde: “Não desejo mal a ninguém. Quero apenas que, depois de verem o que aconteceu com ele, pensem duas vezes antes de fazer o mesmo”.
Durante o trajeto em que a reportagem do G1 acompanhou Hector Sanchez, ele comentou que está muito feliz com o resultado do game que, em suas palavras, “foi tão bem recebido comercialmente quanto pela crítica especializada”. Ele admite conferir as notas em avaliações o tempo todo e que, ainda, ninguém disse para ele que não gostou do novo “Mortal Kombat”. Por conta disso, haverá algumas novidades para o game.
“Enquanto conversamos há um artista [do Netherrealm Studios] trabalhando em um DLC [conteúdo extra por download] com novos personagens”, afirma. “Então, teremos novidades nos próximos meses”. O equilíbrio dos confrontos do game, o que sofreu algumas críticas por parte de jogadores, também está nos planos de receber algumas melhorias. “Criamos um sistema que permite a atualização do esquema de jogo. Por isso, podemos corrigir, por exemplo, a quantidade de danos que o golpe de um personagem causa no outro”, comenta. “Um patch de correção deve ser lançado em breve”.
Desde antes do lançamento de “Mortal Kombat”, Sanchez é presença quase que garantida em eventos de games. Um dos motivos é sua namorada que mora no Brasil. O outro é que, segundo o produtor, ele acredita no potencial do desenvolvimento de games brasileiro.
“Vejo muito potencial no desenvolvimento de games no Brasil. Aqui há muitos artistas talentosos”, afirma. “Mas o design e o desenvolvimento de jogos ainda não é uma área bem explorada. O talento está aqui, mas ainda falta oportunidade de como fazer”.
Em uma declaração final antes de deixar o carro, Sanchez conta que gostaria de fazer um jogo no Brasil. “Eu tenho experiência com o desenvolvimento de jogos e acho que aqui existe potencial. Eu gostaria de fazer parte disso aqui no Brasil, é algo que acho especial de se fazer”
Fonte: G1/Globo
Lol, nem tava sabendo que ele estava no dia do evento. Enfim, é bom saber que o Hector apesar de tudo, aprecia o brasil.
ResponderExcluircontinue com o bom trabalho Denderotto.